segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Umberto Eco

A vez dos mal-diagramados

Que perdoem as muito belas, mas neste lindo livro de luxo organizado por Umberto Eco a feiúra é fundamental. A História da feiúra, que Record mandou rodar na Itália e chega quarta às livrarias com tiragem limitada de 10 mil exemplares e preço sugerido de R$ 160, dá seqüência ao precedente História da beleza, com a mesma variedade e qualidade de ilustrações. Para se ter uma idéia, a primeira delas é o quadro A mulher que chora, de Pablo Picasso, que traduz a suposição do ensaísta italiano sobre a chegada à Terra de um viajante do espaço que se deparasse com a pintura: consideraria que os homens daqui tinham aquele rosto como belo. Por que não? Com os ensaios demonstram, é muito complexo buscar uma definição para a feiúra. Particularmente interessantes são os capítulos dedicados aos monstros e prodígios da Idade Média e ao cômico e obsceno, terreno fértil para Eco derramar sua incrível erudição. Há lugar, entre muitas outras manifestações, para o filme Freaks, dirigido por Tod Browning em 1932, e uma foto de Marilyn Manson, de 2005. Umberto Eco, como se sabe, também é pop. Um presente de fim de ano para mal-diagramado algum botar defeito.

JB - Idéias - 17/11/2007

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